terça-feira, 23 de junho de 2009

Acerto crítico: Relendo as classes - o Bárbaro





O acerto crítico era minha antiga coluna no Blog Guilda dos Baderneiros, que atualmente está inoperante. Minha proposta ali era discutir temas para ajudar o mestre em desenvolver uma camapanah e se proteger dos jogadores malignos. (acredite, existem muitos deles por ai, interessados apenas em devastar sua campanha...)
Aqui eu começo uma nova série de posts, destinada a discutir as classes de personagens do D&D 3.5v, mostrando algumas formas de se interpretar um personagem.

É bem sabido por todos que as classes de D&D foram baseadas em grandes personagens da literatura fantástica e popular. E dentre eles, o que mais me chama a atenção é o bárbaro. Afinal, sou grande fã de Robert Ervin Howard e de seu maior personagem, o Conan.

Em muitas mesas de jogo é normal deparar-se com bárbaros ignorantes e estúpidos, chutando portas e falando errado! Até que tal idéia não é de fato toda errada, mas pela mão de Vecna, também não precisa exagerar!!

Eu não tenho culpa se jogador de RPG vive matando aula por ai, mas quem não dormiu nas aulas de história da tia Cocotinha sabe que originalmente a palavra bárbaro era usada para designar qualquer pessoa que não era grega ou romana. Ai, você, que assistiu o filme super másculo do Alexandre, como era grande, vai lembrar da cena na qual os gregos chegam na Babilônia. (Pelo olho de Vecna, Alexandre o grande na Babilônia... deve ter sido pior que o Scalla Gay) e encontram uma civilização de bárbaros mais avançados do que eles próprios!

Essa é a hora em que muitos por ai reviram os olhos, saem de fininho, ou dizem: "RPG é escapismo, não preciso me apegar a história fielmente para meu jogo, eu quero algo diferente."

Pra você, cão imundo, eu tenho duas opções: Muda a budega do nome da classe, ou para de ler os artigos daqui, por que todos vão seguir essa linha.

Mas o outro aí disse: "Os bárbaros do D&D tem a fúria bárbara, característica do Viking! Não dos Babilônios..." Boa garoto, você tem salvação!

Essa habilidade está relacionada com o fato de o Bárbaro estar mais conectado com o seu lado instintivo, quase animal. Ele não foi domesticado por anos de vida civilizada, com rígidos códigos de condutas e leis escritas. Em suas cidades e povoados, as coisas são decididas na hora. Se você ofende um bárbaro em sua terra natal, ou rouba-lhe algo, ele pode desafiá-lo na hora para um combate até a morte. Exatamente por esse motivo, bárbaros costumam ser intolerantes quanto a ofensas, porém, cuidados ao ofender os outros. A Fúria Bárbara realmente é baseado em um tipo de guerreiro viking chamado berserker. Mas o Conan, que tá mais pra celta, também tem uma característica parecida. Várias histórias mostram o cimério tomado pelo frenesi da batalha e executando feitos fora do normal. E ele bem que poderia ser incivilizado, mas estava bem longe de ser um mentecapto. Ele era um líder nato e prova disso é que ele alcançou o posto de Rei da Aquilonia, o maior reino da Era Hiboriana! Outro personagem de Howard, porém não tão conhecido como Conan, É Bran Mak Morn. Se Conan começa sua trilha como aventureiro para se tornar um rei, Bran já o é desde nascença. Rei dos bárbaros pictos que vivem escondidas nas cavernas da Escócia, ele luta contra as legiões romanas e contra a própria extinção de seu povo. E sem perder seu viés bárbaro, Bran, em algumas histórias, convive entre os homens civilizados disfarçado de nobre, estudando os costumes de seus inimigos. Não sei quanto a você, mas pra mim isso não tem nada de ignorante...

Eles podem viver em tribos espalhadas por aí, mas isso não quer dizer que sejam burros on não possam construir cidades. Se você assistiu Beowulf, (que diga-se de passagem é uma história phoda de matação de monstros, com dungeons sinistros, bruxa maléfica é Angeline Jolie pelada...) viu a cidade que Beowulf construiu. E acredite, ele era um verdadeiro bárbaro. Ainda temos outro exemplo de bárbaro phoda dos cinemas: William "Gibson" Wallace, de "Coração Valente". Levado ainda menino pelo tio para as terras do mundo civilizado, ele aprende latim, francês, cita filósofos e a bíblia o tempo todo, mas quando alguém se mete em seu caminho, ele invade o quarto do cara a cavalo e esmaga a cabeça dele com um mangual!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Tudo bem, eles podem até ser carrancudos e sem carisma, o que permite gastar esses pontos em outras habilidades, mas não precisam ser ignorantes. Gaste pontos em perícias de conhecimentos que justificam a tradição oral e aquele monte de histórias contadas por eles.

Além disso, bárbaro pacífico não tem graça, por isso, eles estão sempre envolvidos em guerras e escaramuças pelo mundo afora. Uns pontinhos em conhecimento de guerra não fazem mal a ninguém.
Para combinar classes, nada melhor que o Druida e o Ranger, dado ao conhecimento destas classes em relação a áreas selvagens. Mas se seu bárbaro vem de um povo civilizado, como uma grande cidadela anã sob a montanha, guerreiros caem como uma luva para combinar classes.

Ao usar a combinação Bárbaro - Druida, dá para criar um guerreiro mestre de feras, tal qual um filme antigo que as vezes passa na globo, de um príncipe bárbaro com pouca roupa e muito bicho. a idéia é maneira, mas o filme nem tanto... O ranger pode gerar um caçador, mateiro, espreitador, no melhor estilo Rambo. (O primeiro filme, o mais foda de todos...) O próprio Conan tem uma boa história sobre estar em uma floresta, atrás das linhas inimigas, usando habilidade furtivas no meio do mato. Trata-se de "Beyond the black River", ou, em bom português: "A fronteira do fim do mundo." ( Um dia eu vou aprender o inglês dos caras da Editora Abril, e então ninguém vai me segurar, cumpadi!!) Se o mestre trocar os pictos por orcs, fica uma aventura de D&D porreta!!!

Combinando um guerreiro a um bárbaro pode-se criar o mais perfeito líder de batalhas: Aquele que está na linha de frente! Liderando pelo exemplo e chutando a bunda dos seus inimigos pessoalmente. Os dados de vida altos do bárbaro e a Fúria bárbara, combinada com a especialização em armas do guerreiro pode ser devastadora! Além disso, os pontos de perícias combinados podem possibilitar bons valores de perícias relacionadas a liderança.

Ainda falando em Conan, uma boa multi classe é o Bárbaro Ladino. O início da carreira do cimério é marcada por grandes roubos, e habilidades como Movimento Rápido podem ajudar nos momentos de fuga. Além disso, ambas as classes não costumam usar armaduras pesadas para não dificultar suas características. Imagine a supresa dos guardas ao cercarem um ladrão e perceberem que ele acabou de entrar em fúria bárbara...

Algumas com classes conjuradoras podem gerar personagens interessantes... A tradição de ficar bebâdo e cantando com a lingua enrolada combina bastante com o Bardo. Mais uma vez falando de Beowulf, é só lembrar daquela cena nos salões de Hrotghar, com um monte de bebum cantando músicas de bebuns... As habilidades como inspirar coragem podem ser muito úteis para o bárbaro que está prestes a entrar em combate.
Feiticeiros, com uma boa explicação podem até criar personagens interessantes... Se você está pensando em usar o Pathfinder em seus jogos, a Bloodline divina cai como uma luva, já que Deuses bárbaros saem por aí pegando geral... O Destined também é uma boa pedida para um heróis que está destinado a restaurar a glória passada de um povo às margens da extinção...
Agora, combinar com um mago fica dificil... Monges então, nem pensar... os livros da Poliedro vieram com páginas em branco nas partes destinadas aos monges, portanto, será dificil falarmos deles por aqui...

Ao pensar em raças, as principais que vêem a mente são: humano, anão e meio-orc. A maioria dos exemplo acima citados são humanos. (todos eles, na verdade) Mas quem curte Tolkien sabe que Gimli é um bom bárbaro, muitas vezes levado pelo calor da batalha, e ainda assim, é nobre. Na maioria dos jogos da Poliedro, Meio-orcs aparecem como vilões, mas existem aqueles que gostam de jogar com a classe. Na opinião do pessoal daqui, o maior desafio ao se criar um personagem meio-orc é exatamente explicar como ele foi concebido. Uma boa idéia é ir além do simples ato de violência e procurar outras formas... Mas isso fica pro artigo dos meio-orcs...
Elfos, halflings e gnomos são dificeis de se imaginar como bárbaros. Principalmente os elfos, tendo em vista que a base para todos os conceitos da raça é a criada por Tolkien, onde elfos são aristrocráticos por natureza. E não adianta, querendo ou não, são conceitos antigos e enraizados demais. Se quer fazer algo diferente disso, é melhor criar uma outra raça. Basta se espelhar nas grandes referências de bárbaros do qual se tem notícias, nenhum deles é elfo. E ponto final sobre isso...

Para não nos alongarmos demais, vamos encerrando por aqui, por que como todo bom bárbaro que se preze, agora eu vou encher a cara até cair. (Ou arrumar uma briga de taverna...)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jogando na terceira edição...


Mantendo-se na Terceira edição, mas falando da Quarta!
Já que vamos começar mais um blog, nada mais justo do que nos apresentar como somos, intransigentes! Verdadeiros fora-da-lei!! Nós aterrorizávamos no colégio! Então, se falam que não pode fazer, ai é que fazemos mesmo! E a não ser que as coisas tenham mudado e nós ainda não saibamos, quem fala da 4° edição não pode falar da 3°, e vice e versa. E exatamente por isso vamos falar das duas!
Sempre que tivermos tempo...
Mas para começar, vamos falar daqueles que como nós decidiram se manter jogando a terceira edição do D&D, Dungeons & Dragons. Pode chamar do que quiser, Licensa Aberta, True20, Pathfinder, Mutantes e Malfeitores, Buraco, Pedra papel e tesoura... por que, no final das contas, tudo se resume ao bom e velho Dungeons n' fucking Dragons, então deixa de frescura e vamos lá!
Por que agora você se sente meio orfão. Pelo menos aqui no grupo, não tivemos tempo ($$$$) para investir o suficiente em livros 3.5, e agora eles veem dizer “Não serão mais produzidos livros da versão 3.5, e quem fizer 3.5 não pode fazer 4e.” Ou seja, nada da Devir traduzir livros da Wizards!
Ficamos na merda!!
Ou não. Algumas editoras ainda esperam para ver como vai ser a aceitação da 4e edição no Brasil, e outras já anunciam que vão produzir suas próprias versões da V3.5. O Trio Tormenta prepara um novo livro, agora completo com sistema de regras e tudo mais. A RedeRPG também prepara sua própria versão da Licensa Aberta, que provavelmente passará a ser aceita pelos livros da Conclave, visto a ligação entre as duas equipes no C7L. Temos ainda o aguardado Old Dragon, uma versão “old school” do 3.5. (Ainda não aceitei muito bem essa joça de Old school, mas deixa pra outro post...) Além disso, temos o fantástico Reinos de Ferro, que não passaram para a 4e e nem para o Pathfinder, e na velocidade em que os caras lançam livros, é até dificil imaginar como vai ser daqui pra frente...
Mas existem bons materiais disponíveis para a 3.5v na Net. Materiais com a mesma qualidade da Wizards e alguns até mesmo de cenários oficiais da antiga versão do Ad&d. O excelente DarkSun BR não só traduz como produz material para esse que é um dos grandes cenários dos anos 90. Além disso, graças ao trabalho de jó dos caras, você não precisa gastar um centavo com livros da Devir. Afinal, eles traduziram todas as regras do Livro do Jogador em um documento chamado “Manual do Jogador” e o melhor: graças as normas da licensa aberta, não é pirataria!
Em inglês, uma grande pedida é o BirthRight.net. Um dos mais fantásticos e desafiadores cenários de Ad&d, nele você interpreta um lorde, governante ou outro tipo de líder em guerra contra um tal de Gorgon, um diabão maneiro dos cráááássicos que dá o maior gosto de dar um kick in the ass! Ah, e tem também a tal inciativa old school, com uns matusaléns reescrevendo o primeiro D&D graças a OGL (open game License). Até o atual momento, eu ainda não entendi o motivo de reescrever exatamente da mesma um sistema que mudou exatamente por estar ultrapassado...
O Osric e o Basic Fantasy são só alguns exemplos. Ai na net tem uns caras que curtem panela velha, Dercy Gonçalves e Old School que podem falar disso muito melhor do que nós aqui da Poliedro.